Análise: Wolfsburg

Jogo: Wolfsburg 2 x 0 Stuttgart
Volkswagen Arena, Wolfsburg
Campeonato Alemão - 10ª Rodada - 30/10/2010

Na última semana, o Blog Leitura de Jogo analisou a situação do Bayern de Munique, de campanha irregular na Bundesliga 2010/11. Desta vez, quem entra em pauta é o Wolfsburg, de belas contratações, e que gerou expectativas das mais interessantes para a atual temporada. Entretanto, nos primeiros jogos do Campeonato Alemão, ficou evidente uma tendência à inconstância, que ligou o sinal amarelo para uma equipe que aparenta poder alcançar vôos altos no Campeonato Alemão. Neste sábado, a vitória sobre o Stuttgart por 2 x 0 - gols de Simon Kjaer e Edin Dzeko - não convenceu, e mostrou alguns dos problemas que fazem com que os Lobos ainda não se consolidem na parte de cima da tabela.



O 4-4-2 de Steven McClaren passa pela qualidade do trio Diego / Dzeko / Grafite. O camisa 28 tem ampla liberdade de movimentação, já que Sascha Riether e Ashkan Dejagah pouco sobem ao ataque. Entretanto, este tipo de postura faz com que o brasileiro fique sobrecarregado na armação de jogadas, uma vez que os dois laterais também não auxiliam o setor ofensivo constantemente. Assim sendo, o Wolfsburg resume-se a jogadas individuais de Diego, Dzeko e Grafite, ou então, conta com a força que tem nas bolas paradas (melhor descritas abaixo). Na disposição à direita, McClaren posiciona a equipe no 4-4-1-1, após garantir o 2 x 0 no placar, com o trio ofensivo já fora de campo, e os Lobos apenas tratando de assegurar a vitória.

Pontos positivos

Bolas paradas: aqui está uma das forças do Wolfsburg. Contra o Stuttgart, os dois gols saíram neste tipo de jogada, que passa por dois fatores: a qualidade de Diego, que tem extrema facilidade para fazer lançamentos com precisão, e a estatura elevada de jogadores como Grafite, Kjaer e Dzeko - sobretudo este. Na partida deste sábado, foram várias as chances de gol oriundas deste tipo de jogada.

Marcação sob pressão: alguns dos momentos mais interessantes do Wolfsburg no jogo passaram pela marcação na saída de bola do Stuttgart. Com Dzeko e Grafite abertos, e Diego avançando pelo centro, a equipe da casa obrigava os visitantes a lançarem mão de chutões por várias vezes, retendo, assim a posse de bola. Este recurso foi posto em prática com eficiência, ainda que não tenha sido utiizado com a devida regularidade.

Pontos negativos

Transição: aqui está o principal problema do Wolfsburg. Com laterais e volantes limitados tecnicamente (talvez apenas Dejagah seja exceção), a saída da defesa para o ataque fica seriamente prejudicada. Logo, Diego tem que voltar para buscar o jogo, abrindo uma lacuna no setor ofensivo. Quando isso não acontece, surgem os bons e velhos chutões, reconhecidamente pouquíssimo eficientes. Contra uma equipe limitada, como o Stuttgart, foi possível vencer mesmo com estes problemas. A questão é saber até onde chegará o Wolfsburg caso esta falha não seja devidamente corrigida.

Cautela excessiva: ainda que tenha um trio ofensivo interessante, o Wolfsburg não pode basear o seu jogo de ataque exclusivamente nestes atletas. É necessário que os laterais Peter Pekarik e Marcel Schâfer, além dos volantes Josué, Riether e Dejagah (principalmente estes dois últimos, já que o primeiro tem características muito defensivas) movimentem-se mais pelo campo, de modo a abrir espaços no sistema defensivo adversário. O excesso de cautela da equipe de Steve McClaren faz com que o seu estilo em campo vire um jogo de cartas marcadas, que restringe a sua própria produtividade ofensiva, e facilita sobremaneira a marcação do adversário. As entradas de Cícero e Makoto Hasebe, nas vagas de Dejagah e Riether, respectivamente, podem ser opções interessantes para McClaren na busca por diversificar a maneira de jogar do Wolfsburg.

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