Análise: Bahia

Jogo: Bahia 1 x 1 Coritiba
Pituaçu, Salvador
Campeonato Brasileiro Série B - 33ª Rodada - 02/11/2010

Foi por muito pouco. A liderança da Série B escapou das mãos do Bahia já no final de um dos jogos mais esperados do certame até agora. Numa partida equilibrada, de intensa movimentação, várias chances de gol, e lances de muita tensão (como a dividida que resultou em fratura na perna esquerda de Triguinho), Bahia e Coritiba empataram por 1 x 1, em Salvador. Éverton, para os anfitriões, e Bill, para os visitantes, marcaram os gols. O Bahia não apenas deixa de assumir a liderança, como também perde o segundo lugar para o Figueirense, que supera a equipe baiana nos critérios de desempate.



O 4-4-2 (com losango no meio) é a arma de Márcio Araújo para levar o Bahia de volta à Série A. Destaque para o lado esquerdo, que tem força ofensiva com as subidas de Ávine, o auxílio de Helder, e a movimentação de Morais, que circula por todo o setor ofensivo, mas rende mais quando utiliza os apoios do camisa 6 do Tricolor. Pela direita, subidas esporádicas - e nem sempre eficazes - de Arílton, e pouca ajuda de Fábio Bahia, que fica mais preso no setor defensivo. Adriano movimenta-se pelos lados do campo, sempre com Jael como ponto de referência. Na defesa, Marcone raramente sai para o jogo, já que protege a lenta dupla de zaga Luisão e Nen. Após o empate em 0 x 0 no primeiro tempo, o Bahia voltou com Rodrigo Gral no ataque, movimentando-se mais do que Jael, ainda que não o suficiente para confundir a defesa do Coritiba. O desgaste físico fez com que as investidas de Ávine ocorressem em menor número, e a movimentação de Morais fosse menos vertical. Para não perder força ofensiva, Márcio Araújo apostou em Ananias, pela direita, e Éverton - autor do gol dos anfitriões - no ataque, fazendo função idêntica à de Adriano. A vitória escapou aos 47 minutos do segundo tempo, no gol de Bill, que finalizou com liberdade da entrada da grande área.

Ponto positivo

Parceria Morais/Ávine: nos tempos de Vasco, Morais mostrou bom entrosamento com Wágner Diniz, numa época em que os passes em profundidade para o lateral-direito formavam a principal jogada de ataque daquela equipe. No Bahia 2010, Morais encontra em Ávine um jogador de estilo semelhante ao de Wágner, só que pelo lado oposto do campo. Contra o Coritiba, algumas boas jogadas da dupla, que eram suficientemente insinuantes a ponto de furar o belo bloqueio defensivo do Coxa.

Pontos negativos

Erros de passes: uma das dificuldades mais evidentes para o Bahia, no jogo desta terça, era fazer a transição defesa/ataque com qualidade. Não foi baixo o número de passes errados da equipe da casa na saída de bola, com uma série incontável de chutões, ou mesmo, equívocos em jogadas aparentemente simples. Se, por um lado, isso evidencia a limitação técnica de alguns jogadores, por outro, denota uma razoável falha tática, visto que a falta de compactação do Tricolor em alguns momentos impossibilitava a saída de bola em troca de passes curtos e precisos.

Ataques pela direita: ter um lado do campo bom ofensivamente não precisa ser sinônimo de fraqueza pelo outro flanco. No caso do Bahia, isso ocorre em alguns momentos. Com as já citadas investidas pela esquerda ocorrendo reiteradamente, o lado direito do campo fica órfão de jogadores que possam torná-lo forte sob o aspecto ofensivo. Arílton tem dificuldades no apoio, e Fábio Bahia fica restrito à defesa. As aparições de Morais pela esquerda dificultam ainda mais o trabalho pelo setor direito do campo. As alternativas seriam fazer com que Adriano busque mais o jogo pelo flanco destro, explorando a sua velocidade, e/ou liberar as subidas de Fábio Bahia quando o ataque for construído por aquele lado, de modo que o ataque do Tricolor ganhe força sob o aspecto quantitativo.

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