Análise: Palmeiras

Jogo: Palmeiras 2 x 0 Atlético-MG
Pacaembu, São Paulo
Copa Sul-Americana - Quartas-de-Final - 10/11/2010

Embora Luiz Felipe Scolari negasse, houve um momento em que o Palmeiras acreditou, sim, na conquista da vaga na Taça Libertadores da América através do Campeonato Brasileiro. Naquela época, o G4 ainda era G4 (que depois virou G3, que virou G4 de novo...), e a equipe mostrava força com as chegadas de Kléber, Valdívia, e do próprio Scolari. Com o andar da carruagem, e os resultados inconstantes, o Palmeiras viu este objetivo cair por terra. Entretanto, ainda havia (ou melhor, há) esperança através de outro caminho, o da Copa Sul-Americana. Aqui, o alviverde alcançou as semi-finais nesta quarta-feira, após vencer o Atlético-MG por 2 x 0. Assim como os postulantes à Libertadores através do Brasileirão, o Palmeiras também trabalha com apenas mais 4 jogos para chegar ao principal torneio internacional do continente.



A classificação veio através do já corriqueiro 4-2-3-1 utilizado por Luiz Felipe Scolari no Palmeiras. Contra o Galo, alguns pontos a serem observados: Gabriel Silva foi extremamente sólido na defesa, agregando valor ao lateral que se destacava pela força ofensiva na Copa SP, em janeiro. Além de Gabriel, o lado esquerdo de defesa era protegido por Luan, que voltou inúmeras vezes para auxiliar aquele setor. Edinho e Marcos Assunção se alternavam na marcação à saída de bola adversária; quando não desarmavam, induziam os jogadores de defesa do Atlético à ligação direta defesa/ataque. Pelo lado direito ofensivo, Tinga se movimentava constantemente, fosse paralelamente ao lado do campo ou entrando em diagonal, fazendo parceria com Valdívia, e depois com seu substituto Lincoln. O resultado da disposição tática palmeirense foi uma equipe de boa consistência defensiva, e alguns bons lances de ataque, sobretudo pela direita. Na segunda etapa, o panorama tático manteve-se o mesmo, até o gol de Luan, aos 34 minutos. Posteriormente, Felipão colocou em campo Dinei e Pierre, sem maiores ambições. Naquele instante, a vaga nas semi-finais já estava praticamente consolidada.

Ponto positivo

Bola parada: indibutavelmente, é a grande qualidade deste Palmeiras. Embora não falte talento no setor ofensivo, o grande diferencial deste time é o excepcional aproveitamento de Marcos Assunção nas jogadas de bola parada. Quando não marca, faz belíssimas assistências. Embora Léo Gago, do Coritiba, também tenha altíssimo percentual de acerto, não há nenhum jogador no Brasil que seja tão eficiente nesse tipo de lance como é Marcos Assunção (o primeiro é um excelente finalizador; o segundo é preciso tanto ao chutar a gol quanto ao assistir aos companheiros). Com tamanha precisão, aqui está uma forte arma do Palmeiras na luta pelo título da Copa Sul-Americana.

Ponto negativo

Valdivia: não há como discutir o seu talento. Mas há muito o que discutir em relação à sua condição física. Assim como Fred e Deco, no Fluminense, e Carlos Alberto, no Vasco, Valdivia tem se notabilizado mais pelo aspecto desproporcional na relação custo/benefício do que pelos belíssimos dribles e gols que fizeram dele um dos grandes jogadores do futebol brasileiro nos últimos tempos. Sem Valdivia, o Palmeiras já entra forte na disputa pelo título da Sul-Americana. Com Valdívia, as perspectivas crescem vertiginosamente. O seu retorno em definitivo seria alvissareiro não apenas para o alviverde, como para todos os admiradores do bom futebol, que não se cansam de jogadores habilidosos como o meia chileno.

5 comentários:

  1. Excelente analise

    Bom ver um blog, começando assim, tão bem.

    Boa sorte galera

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  2. Como o Luan atua nessa formação? Um ponta esquerda ou um meia direita?

    abraços!

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  3. Neste 4-2-3-1, Luan joga como meia, auxiliando a Gabriel Silva na proteção à zaga, além de aparecer no ataque com constância, mas sempre pelo lado esquerdo do campo, OK?

    Abraços!

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  4. Valeu pelo esclarecimento cara. E o blog está de parabéns, o melhor que eu já vi a respeito de esquemas táticos.

    abraços!

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