Análise: Liverpool

Por Hudson Martins

Jogo: Steaua Bucareste 1 x 1 Liverpool
Stadionul Steaua, Bucareste
UEFA Europa League - 5ª Rodada - Fase de Grupos - 02/12/2010

O Liverpool está classificado à fase eliminatória da UEFA Europa League 2010/11. Nesta quinta-feira, num jogo fraco tecnicamente, os Reds tiveram problemas com o possante Steaua Bucareste, da Romênia, e empataram por 1 x 1, na casa do adversário. Milan Jovanovic e o brasileiro Éder Bonfim (numa falha bisonha de Pepe Reina) anotaram os gols. Com 9 pontos, o Liverpool não pode mais ser alcançado por Napoli e Utrecht, os lanternas do Grupo K, com 4 pontos cada.


Roy Hodgson tentou montar o Liverpool num 4-2-3-1 no início da temporada, mas, com rendimento muito inferior ao esperado, foi obrigado a repensar seus planos. Com a adoção do 4-4-2 clássico, os Reds obtiveram mais consistência, e cresceram na Premier League. Foi exatamente com essa disposição tática que a equipe de Hodgson atuou contra o Steaua. No confronto desta quinta, entretanto, viu-se uma equipe oscilante sob o aspecto defensivo (acentuada queda no segundo tempo) e quase nula no ataque. Muito embora deva-se ressaltar a ausência de uma série de jogadores titulares, como Steven Gerrard, Fernando Torres, Maxi Rodrigues, Raul Meireles e outros, não há como ignorar tanto a inoperância dos ingleses no ataque, quanto os problemas que surgiram na defesa, sobretudo após a entrada de Stanislav Angelov, que deu outra dinâmica ao ataque do Steaua (até então, muito concentrado no lado esquerdo do campo). Embora a formação disposta à direita da ilustração acima seja a que terminou o jogo, vale ressaltar que Angelov se destacou desde a sua entrada, no intervalo, quando o Liverpool ainda se mantinha taticamente como no primeiro tempo.

Leitura tática

Com a posse de bola...

- Os laterais pouco subiram ao ataque. Martin Kelly e Fábio Aurélio guardavam posição, devido à postura resguardada do Liverpool em Bucareste. Com isso, o trabalho dos jogadores da segunda linha dos Reds era maior, na transição defesa/ataque.

- Entretanto, como os dois volantes (Christian Poulsen e Jonjo Shelvey) não têm como característica a saída para o jogo, restava jogar pelos lados do campo com Dani Pacheco e Milan Jovanovic, O sérvio ainda se virava, com alguns dribles curtos e boa movimentação (como na entrada em diagonal no lance em que abriu o placar); já Pacheco não foi bem, e produziu muito pouco num setor em que havia espaço, sobretudo na primeira etapa.

- Quem se aproveitou deste espaço foi Ryan Babel, que caía pelo lado direito com frequência, e levava vantagem sobre seus marcadores. Foi assim, aliás, que surgiu o lance do primeiro gol, numa bela jogada individual do holandês no flanco direito do campo.

- Embora desfalcado, o Liverpool mostrou pobre produção ofensiva, e isso deve ser ressaltado. Pouco apoio dos laterais, transição repleta de erros de passes, jogo ínfimo pelo centro do campo, atuações apagadíssimas de Pacheco e Joe Cole... Enfim, uma série de fatores que contribuíram para um fraco jogo de ataque da equipe de Roy Hodgson.

Sem a posse de bola...

- A marcação era sempre feita atrás da linha de meio-campo. O Liverpool não pressionava a saída de bola do adversário, mas ocupava bem os espaços no seu território. Com a insistência do Steaua em jogar pelo lado esquerdo de ataque , o bloqueio tornava-se mais simples. Na segunda etapa, com mais equilíbrio do adversário, os problemas foram maiores.

- No seu campo de defesa, o posicionamento do time de Roy Hodgson no primeiro tempo foi muito interessante. O técnico que se notabilizou pela força defensiva no Fulham, mostra também sua capacidade de organização deste setor no Liverpool, o que fica evidente quando se observa a recomposição da equipe após perder a posse de bola, e a organização das linhas de defesa, sempre bem posicionadas. Na segunda etapa, a entrada de Angelov, e a imaturidade de uma série de jogadores, tais como Kelly, Wilson, Shelvey e Pacheco fizeram com que surgissem alguns espaços na zaga dos ingleses.

- Prova da preocupação de Hodgson com a defesa: nas bolas paradas contra a sua equipe, são 8 jogadores dentro da área. e dois próximos a ela, esperado rebote. Assim sendo, a chance de encaixar um contra-ataque é mínima. E houve uma série de oportunidades (como os 10 escanteios a favor do Steaua*)...

* Números do uefa.com

3 comentários:

  1. O 4-4-2 ortodoxo é sempre uma solução para os problemas táticos ingleses. COm o Liverpool parece não ser diferente. Vale ressaltar, porém, que o time que empatou com o Dinamo foi reserva. E quanto ao time titular? Por onde você acha que o Gerrar rende mais? Na melhor partida que eu vi ele fazer, ele atuou de ponta de lança, em 2005, na final da Champions. Na temporada passada,e tbm na retrasada, ele fez ótimas apresentações como meia-esquerda, mas não vem rendendo bem de segundo volante.

    Abração

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  2. Para o time titular, eu gostaria de ver o 4-2-3-1, muito em função deste mesmo posicionamento de Gerrard citado por você; também acho que por ali ele rende mais (fez partida antológica contra o Milan em 2005, de fato).

    Entretanto, uma vez que esta disposição tática não deu certo com Roy Hodgson, acho que o mais indicado é insistir com Gerrard na posição de segundo volante, aparecendo por dentro, com Maxi Rodrigues e Jovanovic abertos pelos lados do campo.

    Como meia-esquerda, ele tem a chance de trazer para dentro e finalizar, entretanto, é um posicionamento que restringe muito a participação do camisa 8 em campo, na minha opinião.

    Abraço, Lucas!

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  3. Muito PHOOODAAAA!!!

    porra nem fui o primeiro

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