Análise: Botafogo

Por Hudson Martins

Jogo: Botafogo 4 x 1 Madureira
Engenhão, Rio de Janeiro
Campeonato Carioca - 3ª Rodada - Fase de Grupos - 26/01/2011

O Botafogo segue sem maiores dificuldades na Taça Guanabara 2011. Nesta quarta-feira, a equipe de Joel Santana enfrentou o Madureira, e confirmou os 100% de aproveitamento vencendo por 4 x 1. Herrera, Loco Abreu, Alessandro e Caio marcaram para os mandantes; Rodrigo descontou.


À esquerda, o 3-4-2-1 do primeiro tempo, de avanço intenso dos alas, mas movimentação ofensiva insuficiente. À direita, a mudança pedida por boa parte da torcida: 4-2-2-2, com Caio aberto pela direita, auxiliando Lucas (depois Alessandro), e Renato Cajá fazendo dupla com Somália. O Botafogo, com um a mais em campo, controlou boa parte das ações ofensivas, e consolidou a goleada no Engenhão.

Leitura Tática

Com a posse de bola...

- No primeiro tempo, deve-se observar o posicionamento adiantado dos alas na saída de bola do Botafogo. Tanto Lucas quanto Somália avançavam contundentemente no campo adversário, incomodando a marcação do Madureira. Uma jogada observada repetidamente - sobretudo pelo lado direito - foi a ligação direta dos zagueiros para os alas, quando a transição não se dava pelo centro do campo. O lance do primeiro gol do Botafogo saiu de uma jogada exatamente idêntica a esta.

- Ainda em relação à dificuldade de jogar pelo centro do campo, é interessante citar os avanços de João Filipe e Márcio Rosário, que chamavam para si a transição defesa/ataque quando o Botafogo tinha problemas para fazê-la coletivamente. Embora traga consigo certo risco, é uma alternativa válida para confundir a marcação adversária.

- Renato Cajá buscava o jogo, mas não era capaz de ditar o ritmo ofensivo do Botafogo. Muito longe da área em diversos momentos, e com dificuldades para encontrar Herrera e Loco Abreu no miolo da zaga adversária, Cajá tinha suas ações limitadas a passes laterais para Lucas e Somália. O Botafogo carecia de movimentação ofensiva para suprir a encaixada marcação da equipe de Antônio Carlos Roy.

- Já na segunda etapa, é interessante perceber o crescimento do Botafogo quando foi adotado o esquema com dois meias. Assim, Lucas e Somália sempre tinham assistência quando subiam ao ataque, e o setor de criação ganhou força considerável. 

- Nas bolas paradas, detalhe interessante: independentemente do cobrador (Lucas ou Renato Cajá), Antônio Carlos e Loco Abreu sempre ficavam muito próximos. A ideia era aproveitar o bom rendimento de ambos no jogo aéreo, além de facilitar o trabalho do cobrador, que tem maiores chances de ser bem sucedido em função do posicionamento dos seus companheiros.

Sem a posse de bola...

- Muito interessante o posicionamento de Marcelo Mattos, tanto na cobertura aos contra-ataques adversários quanto na marcação mais próxima à meta do próprio Botafogo. Com belíssima noção tática, e boa qualidade na saída de jogo, o camisa 8 controla as ações do meio-campo botafoguense, e promete uma dupla de volantes bastante sólida na marcação ao lado de Arévalo Rios.

- Num determinado momento da primeira etapa, o Botafogo teve problemas com o ataque do Madureira. A equipe adversária trocava passes no campo de ataque sem maiores dificuldades, e achava espaços pelos lados do campo, se aproveitando de certa fragilidade defensiva de Lucas, e algumas falhas de posicionamento pela esquerda (num dos lances, Márcio Rosário desapareceu quando deveria fazer a cobertura de Somália, e, na sequência, Jéfferson teve de fazer excepcional defesa).

- Nas bolas paradas defensivas, é muito válido citar o posicionamento de Loco Abreu, que não tem obrigação de marcar nenhum adversário, mas é importante ficando próximo ao primeiro poste, afastando eventuais lançamentos perigosos na área botafoguense. Jogada recorrente e de eficiência comprovada.

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