Análise: Manchester United

Por Hudson Martins

Jogo: Manchester United 5 x 0 Birmingham
Old Trafford, Manchester
Campeonato Inglês - 24ª Rodada - 22/01/2011

O Manchester United segue tirando onda na Premier League. Os dois jogos a menos não impedem que a liderança siga garantida, e ainda com o requinte da invencibilidade. Neste sábado, em casa, passeio sobre o ameaçado Birmingham, por 5 x 0. Dimitar Berbatov brincou, marcando três gols;  Ryan Giggs e Nani completaram a vitória vermelha.



À esquerda, o United do primeiro tempo, que fez 3 x 0 sem dificuldades. Destaques para as constantes subidas de O'Shea, as aparições de Giggs pelo centro, chamando o jogo, e a grande área de atuação de Berbatov, cada vez mais útil à equipe. À direita, a configuração do segundo tempo, com menor necessidade de movimentação coletiva; apenas Nani entrava em diagonal com maior frequência, na desenfreada tentativa de marcar, o que ocorreu após umas das suas várias finalizações de média distância.
 
Com a posse de bola...

- Os ataques do United se davam, sobretudo, pelo lado direito do campo. Com a movimentação de Nani e Berbatov por aquele setor, e as incomuns subidas de O' Shea, os anfitriões pressionavam o Birmingham, e criavam dificuldades para a defesa adversária.

- A transição defesa/ataque era feita sem quaisquer problemas. Valorizando a extensão do campo, e contando com a qualidade técnica de Anderson e Carrick (depois do pouco exigido Gibson), ou mesmo de Nani e Giggs, quando recuavam para buscar o jogo (o galês o fez com maior intensidade), a equipe de Alex Ferguson chegava com muita propriedade ao campo de ataque. Na intermediária adversária, trocava passes até achar o momento certo para dar o bote.

- Anderson fez bom jogo, embora precise ser mais regular. No primeiro tempo, forçou uma série de passes no campo de ataque, cometendo erros passíveis de serem evitados. Já na segunda etapa, com espaço cedido pelo Birmingham, subiu ao ataque algumas vezes, e demonstrou mais precisão nos passes longos. É um jogador que dificilmente se omite, mas precisa de maior constância dentro das partidas.

- A obediência tática do United transforma lances que poderiam ser grotescos em jogadas espetaculares. Aos 7 minutos do segundo tempo, espaço dado pela zaga, e chance de gol do Birmingham. Van der Sar faz a função de líbero e chuta para onde o nariz está apontado. O bicão cai no pé de Rooney, que, aberto pela ponta esquerda, domina a bola, espera a passagem de Giggs, que cruza para o absurdamente eficiente Berbatov. Gol, e jogada fantástica do Manchester United. 

- Vale observar o padrão recorrente nas jogadas de escanteio dos Red Devils. Giggs é o cobrador, na grande maioria dos casos. São cinco jogadores na grande área: O'Shea fica no primeiro poste, e geralmente é o mais procurado por Giggs; Berbatov fica na pequena área, atrapalhando o goleiro, e pronto para concluir caso haja a possibilidade (vide o primeiro gol, quando houve uma espécie de tabelinha entre os dois jogadores supracitados); por fim, ressalte-se a proximidade de Smalling, Vidic e Rooney, que, agrupados, diminuem a necessidade de precisão do cobrador, e ainda aumentam a possibilidade de finalização ao gol adversário. Absolutamente todos os escanteios do United passaram por essa formatação.

Sem a posse de bola...

- Não é surpresa a compactação do Manchester United. Ainda assim, não há como não elogiar o comportamento tático defensivo da equipe de Alex Ferguson, visto que a troca de jogadores entre as partidas do futebol inglês é muito mais intensa do que no Brasil, por exemplo. Ainda que haja utilização de grande parte do elenco (e, assim sendo, de atletas de características e percepções de jogo diferentes), o nível da marcação se mantém muito alto. O espaço entre as linhas é reduzido, e as funções dos jogadores, mesmo quando aparentam ser mais exigentes, tem sua execução facilitada dada a proximidade entre os homens de linha. Reflexo evidente do trabalho de Sir Alex Ferguson.

- Muito interessante a função de Rooney e Berbatov na saída de bola do adversário. Por várias vezes, ambos pressionaram fortemente os dois zagueiros do Birmingham, obrigando-os a apelar para os chutões, ou forçando erros dos oponentes. No segundo e terceiro gols, o início das jogadas se deu em desarmes de Berbatov, que demonstra, além da imensa eficiência ofensiva, muita disciplina na sua função sem a bola.

3 comentários:

  1. Caro Hudson,

    Parabéns pelo ótimo trabalho. Fica aqui o agradecimento da equipe do Old Trafford Brasil pela gentil disponibilização do material do jogo de hoje.

    Saudações.

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  2. Opa, valeu!

    Sempre que houver novas análises do MU vocês serão avisados. E parabéns pelo site, é de altíssimo nível.

    Abraço!

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  3. muito PHOOOODAAAA NÃÃÃÃÃÕ, serio mesmo!!!

    não fui First??? :(

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