Análise: Vasco da Gama

Por Hudson Martins

Jogo: Nova Iguaçú 3 x 2 Vasco
Raulino de Oliveira, Volta Redonda
Campeonato Carioca - 2ª Rodada - Fase de Grupos - 23/01/2011

Mares revoltos envolvem a caravela vascaína neste início de temporada. Após perder para o Resende no meio de semana, o Vasco foi derrotado pelo Nova Iguaçú, em Volta Redonda: 3 x 2. Alex Moraes, Maycon e Willian marcaram para o NI; Rômulo e Marcel descontaram.



O Vasco derrotado neste domingo teve, no primeiro tempo, muito apoio dos laterais, e avanço desenfreado dos volantes, deixando grande espaço a ser coberto por Cesinha e Fernando. Além disso, não houve movimentação de Carlos Alberto, Felipe e Éder Luís, jogadores capazes de fazer algo diferente. Na segunda etapa, com Felipe recuado, Jéferson ajudando a povoar o meio-campo, e Éder Luís se mexendo mais, o Vasco cresceu. Faltou estabilidade para ganhar a partida, perdida numa falha individual.

Leitura Tática

Com a posse de bola...

- O Vasco foi, em boa parte do jogo, uma equipe previsível. Insistiu contundentemente nos infrutíferos cruzamentos para Marcel, sobretudo quando atacava pelo lado esquerdo, com Ramon. Além disso, havia demasiada esperança nas jogadas individuais de Éder Luís e Fágner. Carlos Alberto e Felipe, bem marcados, tinham muita dificuldade em fazer as jogadas pelo centro do campo no primeiro tempo.

- A movimentação no setor de ataque foi praticamente nula na etapa inicial. Tanto os dois meias quanto os dois atacantes não saiam das suas respectivas faixas do campo, reforçando a sensação de previsibilidade citada acima. Além disso, Carlos Alberto e Éder Luís recebiam a bola de costas para a defesa em diversos momentos, tipo de jogada em que ambos têm dificuldades. Os dois rendem arrancando em velocidade de frente para a defesa; e o fizeram em poucas oportunidades.

- Rômulo e Allan subiam ao ataque, na tentativa de ajudar o setor, mas ambos não são suficientemente técnicos para romper defesas bem fechadas. Logo, pouco contribuíram (na verdade, causaram mais problemas, melhor explicados abaixo). Fágner e Ramon subiram muito, durante todo o jogo, mas foram pouco auxiliados pelos seus companheiros.

- O Vasco passou a render quando Allan saiu, e Felipe foi recuado. Sem maiores problemas na marcação, o camisa 6 ditou o ritmo da partida como quis, e levou o Vasco ao campo de ataque com muito mais qualidade. Contava com o auxílio do correto Jéferson na transição. Carlos Alberto passou a cair pela direita, e foi importante quando demonstrou explosão no lance do pênalti que originou o segundo gol. Poderia ter sido muito útil caso não tivesse se lesionado. Além disso, vale ressaltar a movimentação de Éder Luís, correndo por vários setores do campo.

- Com a saída de Carlos Alberto, Enrico entrou em campo. Embora tenha feito função diferente daquela executada no Coritiba, o camisa 17 teve boa atuação, ainda que não tenha sido tão vertical quanto é Carlos Alberto. Com queda no rendimento ofensivo, o Vasco voltou a ter limitações. E perdeu um jogo numa falha de Felipe, em contrasenso com o belo segundo tempo que fizera até então.

Sem a posse de bola...

- A marcação no primeiro tempo foi tenebrosa. Os dois meias davam total liberdade para que o Nova Iguaçu fizesse a transição defesa/ataque. Assim, quem pagava a conta eram os volantes, igualmente sobrecarregados, assim como na partida da última quarta-feira.

- Entretanto, o grande ponto era a cobertura aos contra-ataques do Nova Iguaçú. Quando tinha a posse de bola, o Vasco subia com ambos os laterais, além dos dois volantes. Os zagueiros não se adiantavam, e a cobertura ficava absolutamente frágil, com uma cratera na intermediária vascaína. Num desses lances, em lançamento nas costas de Ramon, saiu o segundo gol. Em outra jogada, dois atacantes do NI contra apenas Allan na marcação. Não fosse Fernando Prass, e o Vasco levaria o terceiro gol ainda no primeiro tempo.

- Na segunda etapa, houve correção de uma das falhas supracitadas: o posicionamento dos zagueiros. Cesinha e Fernando se adiantaram, fazendo do Vasco uma equipe mais compacta, e menos suscetível aos contra-ataques (muito em função da superioridade numérica, é bem verdade). No momento de desespero, o Vasco soube ser seguro defensivamente. Quando tinha o controle do jogo, entregou a vitória ao Nova Iguaçú. Retrato nítido de uma equipe que reflete a pressão exterma que sofre através de instabilidade dentro de campo.

Palavras Táticas

"Ao acompanhar o 2º jogo do nosso querido Vascão da Gama no Campeonato Carioca, pude observar um time taticamente todo desorganizado. Uma defesa muito refém da ação dos dois volantes Rômulo e Allan (que por sinal, não tá jogando nada há muito tempo já). Percebi que sempre o primeiro combate era do Fernando (que fez uma boa partida hoje, apesar dos gols sofridos pela defesa), sendo que, na minha opinião, era pra ser dos dois volantes. Com nossos dois meias que não marcam e laterais que sobem muito, mais uma vez como no jogo passado, estourou tudo em cima dos nossos volantes. O time foi muito apático no primeiro tempo, se entregando à marcação do Nova Iguaçu, que se aproveitava da desordem tática do time. As consequências foram os gols bobos tomados pela nossa defesa. A equipe melhorou no segundo tempo, por incrível que pareça, com o recuo do Felipe e também pelo fato do adversário estar com um a menos. Reagimos, empatamos o jogo na raça, literalmente (com um pênalti mal marcado, vale ressaltar). Mas, novamente, o nosso maestro errou em mais uma saída de bola e comprometeu um ponto precioso pra nós nessas circunstâncias.

Nosso problema passa pela mãos do PC Gusmão, que, infelizmente não está sabendo armar o time, ensaiar jogadas, acertar o posicionamento de Felipe e Carlos Alberto, acertar o posicionamento dos volantes com relação à proteção à zaga e o principal: treinar jogadas de linha de fundo, pois sem elas, infelizmente nosso centroavante será sacrificado sempre. Mas infelizmente, as opções de técnicos no mercado são escassas. 

Frustração? Sim, mas não podemos chorar o leite derramado. Espero uma melhor apresentação no próximo jogo; no qual já contaremos com Anderson Martins, Dedé e Eduardo Costa (estou apostando muito nesse jogador). Mas devemos protestar (de modo pacificado), acreditar e apoiar. 

Obrigado pela oportunidade por parte do blog, que tem tudo pra crescer muito ainda."

Tiago Sorato, torcedor vascaíno e graduando em Odontologia pela Universidade Federal Fluminense.
 

Um comentário:

  1. muito PHOOOODAAAA NÃÃÃÃÃÕ, Vascão não pode perder!!!

    First!!!

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