Voltando a atrair as estrelas

Por Antonio Rodrigues Neto

O Brasil voltou a ser atrativo aos jogadores brasileiros. Isso não é opinião. Isso é uma constatação. Se os times ainda não conseguem ter um elenco recheado de “estrelas” como tinham em meados dos anos 90, a situação já melhorou depois da pobreza técnica pelo qual o nosso futebol andou passando (principalmente os clubes cariocas, mas isso é assunto para outra coluna).

Mas, pelo menos em minha opinião, parece bem óbvio que o Brasil só voltou a ser atrativo porque atualmente consegue competir financeiramente, no aspecto salarial, com equipes médias e até grandes da Europa.
 
Meu questionamento é muito simples: até quando continuaremos pagando o que não podemos para esses astros? Alguém vai dizer: mas quem paga é o parceiro. Não receber é o mesmo que pagar.
 
E esse não receber prejudica demais os clubes. Equiparar os salários oferecidos na Europa também é muito prejudicial. No fim das contas, os clubes “saudáveis” tem que vender no mínimo um jogador por ano para “fechar a conta”, para não ficar no vermelho.
 
Não acho que essa mudança vem sendo positiva. Acho que a “bolha” uma hora vai estourar. Tanto nos parceiros quanto nos clubes. O dinheiro da venda das jovens promessas ou entra para “fechar a conta” ou traz outros astros a peso de ouro.
 
Mesmo achando a coisa toda muito errada, confesso que não sei como a situação poderia mudar. Em um mundo perfeito, os jogadores aceitariam não só se adaptarem a estrutura deficitária de alguns clubes como a realidade financeira dos mesmos. Os dirigentes ofereceriam apenas o que podem pagar. E a torcida ficaria empolgada com os jovens craques buscando seu lugar ao sol e não somente com os craques consagrados.
 
Mas como infelizmente tudo mundo já sabe, não vivemos em um mundo perfeito. Pelo contrário, estamos muito longe disso.
 
Notas de Rodapé
 
- Bem fraco o nível da Copinha esse ano. Jogos chatíssimos e poucos, pouquíssimos, destaques individuais.
 
- Já o Sul-Americano Sub-20, pelo menos nos jogos que eu assisti, tem apresentado um bom nível. O Brasil dispensa comentários porque tecnicamente está muito acima de seus adversários. Mas Colômbia, Paraguai e Argentina “apresentaram” alguns garotos bons de bola. Vamos ver se o nível da competição continua bom ou se nos jogos decisivos a cautela falará mais alto.
 
- Um tempo atrás escrevi uma coluna aqui sobre as intermináveis crises de Vasco e Palmeiras (http://blogleituradejogo.blogspot.com/2010/11/nao-e-apenas-coincidencia.html). O ano mal começou e os dois clubes já começaram os regionais balançando. A eleição no Palmeiras foi conturbada como todo mundo imaginava que seria. Vitória da oposição que conta com o apoio de “famosos” membros da ex-situação. A eleição no Vasco promete ser ainda mais conturbada e igualmente contará com a participação dos dirigentes da ex-situação. Como eu ressaltei na coluna, impressionante a semelhança entre os dois clubes.
 
- O meia-atacante Rivaldo parece cada vez mais próximo do São Paulo. Não sei ao certo o que o São Paulo pretende com essa contratação, mas não me parece interessante. Não estou duvidando da qualidade do Rivaldo que foi um excepcional jogador. Acho até ele um pouco injustiçado aqui no Brasil, uma vez que é tratado como um excelente coadjuvante quando foi protagonista a carreira toda. No entanto, com 38 anos não consigo imaginar que ele ainda seja sequer uma sombra daquele jogador que era cinco, seis anos atrás.
 
- Na semana passada afirmei que a Seleção Brasileira Sub-17 tinha um jogador do Deportivo Brasil, vulgo Traffic. A informação está correta, mas esqueci um “s” no nome da equipe paulista. O correto é Desportivo Brasil.

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