Análise: Flamengo

Por Hudson Martins

Jogo: Flamengo 1 x 0 Nova Iguaçú
Engenhão, Rio de Janeiro
Campeonato Carioca - 5ª Rodada - Fase de Grupos - 02/02/2011

O clima era de absoluta festa. No Engenhão, a estreia de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo tornou-se muito mais importante do que o próprio jogo contra o Nova Iguaçú. A empolgação inicial tomou ares dramáticos à medida que o tempo passava e o placar não era aberto, muito em função do bom jogo feito pela equipe visitante. Correndo risco de ficar apenas no empate em partida tão representativa, o Fla precisou de Wanderley, não o Luxemburgo - de escrita ligeiramente distinta - mas o centroavante, ex-Grêmio Prudente, que entrou mais uma vez bem, e fez o gol da vitória do rubro-negro na noite desta quarta-feira.




À esquerda, o 4-2-3-1 que iniciou o jogo. Léo Moura e Renato subiam ao ataque, mas o camisa 2 tinha problemas em função da marcação de William Barbio, ao passo que Renato não tinha em Vander um parceiro eficiente pelo lado do campo. Ronaldinho jogou centralizado, e se movimentava bem, ainda que tenha criado poucas jogadas incisivas. Thiago Neves caía pelo centro em várias oportunidades, buscando o jogo. Na segunda etapa, o 4-2-3-1 se manteve em boa parte do tempo (embora tenha sido precedido por um 4-3-2-1, com o recuo de Vander), assim como as dificuldades também se mantiveram. Na troca de posicionamento dos meias, o Flamengo enganou a marcação do Nova Iguaçú. Thiago Neves, pela esquerda, cruzou para que Wanderley (que se movimentou em grande faixa do campo) marcasse o gol da vitória

Leitura Tática

Com a posse de bola, o Flamengo teve algumas dificuldades na transição defesa/ataque. Com Léo Moura bem marcado por William Barbio, e grande povoamento do setor ocupado pelos três meias rubro-negros, a bola ficava, em grande parte do tempo, sob o domínio de Willians e Maldonado, que não têm a qualidade na armação de jogadas como suas principais características. Assim, o Flamengo tinha problemas para ultrapassar a intermediária adversária, e Ronaldinho, bem cercado, pouco podia fazer.

À medida em que o primeiro tempo passava, e o setor de criação mostrava dificuldades, Vanderlei Luxemburgo tentou algumas mudanças, como a inversão de posicionamento de Thiago Neves e Vander. Léo Moura e Renato entravam em diagonal em alguns momentos, mas não podiam fazê-lo com constãncia em função dos bem armados contra-ataques do Nova Iguaçú.

Na segunda etapa, as dificuldades se mantiveram, e o setor de criação do rubro-negro continuou com problemas para ser efetivo. Mesmo com a mudança do esquema tático para um 4-3-2-1 (com Vander mais recuado para qualificar a saída de bola), ainda houve dificuldades para que o Flamengo chegasse à área adversária.

Quem deu maior movimentação ao Fla foi Wanderley, que, mesmo fazendo a função de centroavante, percebeu que poderia confundir a marcação adversária, se movimentando pelos lados do campo, e auxiliando na marcação à saída de bola do Nova Iguaçú. O prêmio veio aos 40 minutos, quando Thiago Neves cruzou e o próprio Wanderley se aproveitou da falha do goleiro Diogo para garantir a vitória rubro-negra no Engenhão.

Sem a posse de bola, o Flamengo demonstrava problemas na marcação aos contra-golpes do Nova Iguaçú. No primeiro tempo, a equipe visitante teve claríssima chance de marcar, se valendo de falha gigantesca na recomposição do Fla após escanteio no campo de ataque. Atacando muitas vezes em bloco, a equipe de Josué Teixeira causava problemas ao rubro-negro, e surpreendeu, em certa medida, o time mandante.

Importante ressaltar os espaços deixados por Thiago Neves e Ronaldinho na saída de bola do adversário. Embora sejam extremamente técnicos, e mereçam liberdade para resolver no campo de ataque, ambos precisam auxiliar na marcação, para que não ocorra sobrecarga no setor defensivo. No caso de Ronaldinho, não é necessário tentar dar o bote; ele já mostrou que tem dificuldades para fazê-lo sem faltas; já Thiago demonstrou vontade, mas cedeu espaços perigosos ao insinuante lateral Cortês. Aqui, será dado um desconto tendo em vista a condição física de ambos.

Na segunda etapa, o volume ofensivo do Nova Iguaçú foi muito menor, exigindo menos da defesa rubro-negra. Ainda assim, é importante destacar o comportamento de três jogadores no sistema defensivo: Welinton, David Braz e, sobretudo Willians, todos precisos no quesito desarme.

Balanço Tático

Coletivamente, o Flamengo ainda precisa de ajustes, muito embora a equipe que esteve em campo nesta quarta tenha tido pouquíssimo tempo de treinamento. A observar, o rendimento de Renato como lateral, o comportamento de Willians e Maldonado quando for exigido que subam ao ataque para suprir os problemas ofensivos, o posicionamento diferente de Thiago Neves (agora, pelo lado do campo), e a reação de Deivid à sombra imposta pelo reserva Wanderley. Quanto a Ronaldinho, é evidente que é necessário mais tempo para que se possa fazer uma análise mais sensata; contra no Nova Iguaçú, viu-se um jogador que demonstra necessidade de maior condicionamento físico, e mais ritmo de jogo. Com o entrosamento que fatalmente virá, e disciplina tanto dentro quanto fora de campo, Ronaldinho pode ser o ponto de desequilíbrio deste Flamengo versão 2011.

2 comentários:

  1. Belo post!

    Concordo Hudson, mas pelo que Luxa vem mostrandol, a vaga de articulado pelo meio vai ser, memso, do argentino Bottinelli, que, por sinal, tem no chute de fora da área um de seus grandes trunfos.
    Abração

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  2. flaMERDA...só tem uma coisa mais que os outros...MAIS É QUE SE FUDER!!!

    não fui FIRST... :(

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