Análise: LDU

Por Hudson Martins

Jogo: LDU 3 x 2 Independiente
Estádio Casa Blanca, Quito
Copa Sul-Americana - Semi-Finais - 18/11/2010

Os títulos da Taça Libertadores da América, em 2008, Recopa e Copa Sul-Americana, em 2009, alçaram a Liga Deportiva Universitária a um patamar jamais alcançado: o de um dos protagonistas do atual cenário do futebol continental. Montando times que aliavam força física à técnica, e contando com um estádio intimidador, além de 2.850 metros de altitude, a LDU marcou terreno na América do Sul. Neste ano de 2010, mais uma vez os equatorianos aparecem bem: chegam às semi-finais da Copa Sul-Americana. No confronto de ida contra o Independiente, vitória por 3 x 2, gols de Salgueiro, Bolaños e Reasco. Silvera e Mareque descontaram.


Não é novidade ver a LDU jogando com três zagueiros. Embora houvesse variações nas equipes campeãs em 2008 e 2009, elas também tinham um trio de zaga, assim como o atual time de Edgardo Bauza. Atenção ao posicionamento de Norberto Araujo, que não é líbero: forma uma linha ao lado de Jorge Guagua e Diego Calderón, e sai para dar combate em alguns momentos, como se fosse um volante. Pelos lados do campo, há jogo ofensivo de sobra, já que Neicer Reasco e Gonzalo Chila sobem ao ataque constantemente. Juan Manuel Salgueiro organiza o jogo no meio-campo, à procura de Carlos Luna (apagadíssimo neste jogo) e Hernán Barcos. Na segunda etapa, a LDU teve de se reinventar: após fazer 3 x 0, permitiu a reação dos argentinos (3 x 2), e foi obrigada a buscar alternativas que pudessem mexer com o setor ofensivo. As linhas da equipe foram adiantadas, e jogadores como Miller Bolaños (que já havia marcado logo no início do segundo tempo) e Christian Lara conferiam mais movimentação e técnica ao ataque. Walter Calderón entrou para ser a referência, mas teve pouco tempo para fazê-lo. Mesmo pressionando ao término dos 90 minutos, a LDU não foi capaz de retomar a vantagem, e vai para a Argentina com a sensação de que poderia ter feito mais no jogo desta quinta-feira.

Ponto positivo

Força como mandante: Lédio Carmona destacava pouco antes do início da partida que, após o título da Libertadores 2008, a LDU havia perdido apenas 1 dos 21 jogos disputados em casa em competições internacionais. Uma estatística respeitável, e que se fez valer mais uma vez contra o Independiente. É importante ressaltar que, ao contrário de outras oportunidades, os equatorianos não sufocaram a equipe adversária durante boa parte do jogo. A equipe mostrou dificuldades em alguns momentos, entretanto, conseguiu superá-las através de eficiência e oportunismo, garantindo mais um resultado sob seus domínios. Dentro do Casa Blanca, é dificílimo bater a LDU.

Ponto negativo

Questões ofensivas: alguns pontos interessantes relativos ao setor ofensivo da LDU devem ser observados. Em primeiro lugar, atenção à transição defesa/ataque, marcada por pouca movimentação, e ligação direta dos zagueiros para os avantes, mas feita com passes rasteiros (o que pode ser bloqueado por um meio-campo mais povoado e melhor posicionado). Além disso, olho nas bolas paradas defensivas, em que a equipe de Edgardo Bauza deixa 8 jogadores dentro da sua própria área, e apenas 2 responsáveis por puxar o contra-ataque (houve sim, uma ponta de sorte no lance do gol de Bolaños, construído exatamente num contra-ataque, após bola estourada por Barcos). Finalmente, deve-se observar a dificuldade dos equatorianos em furar a defesa adversária através do jogo coletivo; no primeiro tempo, a LDU não encontrava solução alguma, até que a bela finalização de Salgueiro abriu caminho para que o jogo fluísse com mais facilidade (pelo menos até determinado momento). Ofensivamente, trata-se de uma equipe mais fraca do que as de 2008 e 2009, sem sombra de dúvidas.

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