Análise: Benfica

Por Hudson Martins

Benfica 3 x 1 Twente
Estádio da Luz, Lisboa
UEFA Champions League - Play-Offs Classificatórios

Após o bom empate conquistado em Enschede, o Benfica entrou em campo nesta quarta em situação confortável para se garantir na fase de grupos da UEFA Champions League. Mesmo com a vantagem, a equipe de Jorge Jesus não se satisfez, e em belíssima atuação, venceu o Twente por 3 x 1, com gols de Luisão e Axel Witsel (2). Bryan Ruiz descontou para os holandeses.

A impressão deixada pelo Benfica no primeiro tempo foi das melhores possíveis. Embora não tenha aberto o placar, os comandados de Jorge Jesus impressionaram pela mobilidade imposta no seu 4-2-3-1 (disfarçado de 4-1-4-1, dada a função de Witsel), aliada a passes curtos e muita velocidade. Foi assim que os Encarnados criaram uma série de oportunidades de gol. Destaque para Witsel e Aimar, donos do meio-campo. No aspecto defensivo, a compactação era nítida, sobretudo nos momentos de maior pressão da equipe da casa, quando Javi Garcia, Luizão e Ezequiel Garay se adiantavam para evitar quaisquer chances de contra-ataques do Twente.

À esquerda, o Benfica no primeiro tempo, sufocando o adversário com grande movimentação no meio-campo e subidas dos laterais. Na segunda etapa, já com o resultado garantido, menor intensidade e chance para Bruno César, numa função tática diferente daquela dos tempos de Corinthians.

O bom desempenho manteve-se no segundo tempo. O gol de Witsel, logo com 1 minuto, deu tranquilidade à equipe da casa, e pressionou o Twente, então obrigado a marcar pelo menos duas vezes. Mesmo em vantagem, o Benfica seguiu no ataque, e foi parado em várias oportunidades pelo goleiro Nikolay Mikhaylov. Contudo, o arqueiro nada pode fazer na cabeçada de Luisão, aos 14, e no chute cruzado de Witsel, aos 21. Donos do jogo, os anfitriões diminuíram o ritmo e administraram o já assegurado triunfo, que mesmo com o gol de Bryan Ruiz - a cinco minutos do fim - não foi ameaçado. Jogando em altíssimo nível, o Benfica está na fase de grupos da UEFA Champions League.

- Jorge Jesus tem em mãos um elenco bastante homogêneo, e que segue um modelo de jogo muito interessante. A rápida troca de passes no campo de ataque, a tentativa imediata de retomada da posse de bola ainda no campo defensivo adversário, a compactação da equipe nos diferentes momentos do jogo, e a técnica de jogadores como Witsel, Nico Gaitán, Pablo Aimar e Oscar Cardozo fazem do Benfica uma equipe muito forte. O primeiro desafio é local: tentar evitar que a hegemonia do Porto se mantenha na atual temporada.

- Nolito é um meia talentoso, de velocidade e dribles curtos, ideal para a posição em que atua. Entretanto, a imaturidade ainda se mostra latente em determinados momentos do jogo. Contra o Twente, o espanhol mostrou afobação e excesso de individualismo quando a partida não estava definida. Com o passar do tempo, a expectativa é que Nolito se mostre cada vez mais objetivo. A parceria com Capdevila, pode ajudar no crescimento do garoto, e fazer com que o lado esquerdo do campo seja tão forte quanto na temporada passada, quando Fabio Coentrão foi espetacular.

Witsel indica quantos gols marcou contra o Twente. O belga foi o melhor em campo.

- Axel Witsel é um dos jogadores a se observar na atual temporada europeia. Contratado junto ao Standard Liège, o meia alia qualidades muito interessantes, tais como inteligência sem a posse de bola, boa qualidade de passe e corrida em passadas largas, fundamentais tanto na puxada de contra-ataques quanto na recomposição defensiva. Fazendo (muito bem) função híbrida no meio-campo, Witsel tem grandes chances de ser um dos destaques benfiquistas em 2011/12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário