Análise: Chelsea

Por Hudson Martins


Jogo: Chelsea 2 x 0 Olympique Marseille
Stamford Bridge, Londres
UEFA Champions League - 2ª Rodada - Fase de Grupos - 28/09/2010

Após a primeira derrota dos blues na temporada, a partida entre Chelsea e Olympique Marseille, pela segunda rodada do Grupo F da UEFA Champions League, ganhou contornos ainda mais especiais, não apenas pela expectativa de reação da equipe londrina, como também pelo fato de colocar frente a frente os atuais campeões Inglês e Francês, respectivamente. Entretanto, não foi necessário muito esforço da equipe de Carlo Ancellotti para sair com os 3 pontos. Administrando a partida com absoluta segurança, a equipe da casa venceu por 2 x 0, gols de John Terry e Nicolas Anelka (de pênalti). O Chelsea chega a seis pontos (empatado com o Spartak Moscou), ao passo que o Marseille segue sem pontuar (ao lado do Zilina).



Embora não tenha sido avassalador, o Chelsea mostrou-se consistente contra o Marseille. Uma das evidências para tanto é a manutenção do sistema tático durante os 90 minutos. No primeiro tempo, o lado esquerdo sobressaiu-se, com Ashley Cole, Yuri Zhirkov e Florent Malouda (este em excelente fase) criando bons lances por aquele setor. A movimentação de Anelka também ajudava a confundir a marcação adversária. Defensivamente, John Obi Mikel protegia a zaga, ao lado de Michael Essien. Branislav Ivanovic pouco subia ao ataque, equilibrando as investidas de Cole pelo outro lado. Alex e Terry seguravam as pontas pelo centro, ainda que o Marseille tivesse altíssima dificuldade para penetrar por aquele setor.

Na segunda etapa, o Chelsea administrou até demais a vantagem obtida no primeiro tempo. Com menos posse de bola, e queda de produção de Malouda, o ataque ficou comprometido. Defensivamente, o problema atendia pelo nome de Mathieu Valbuena que, ainda que não tenha sido espetacular, ofereceu à equipe do técnico Didier Deschamps uma alternativa que seu time não tinha no primeiro tempo. Mesmo assim, o Chelsea soube proteger-se suficientemente a ponto de não ser vazado, e quase marcou o terceiro em finalizações de Alex e Essien - duas vezes (este, subindo ao ataque mais vezes do que na primeira etapa).

Pontos positivos

Malouda: o jogador outrora instável, tem, há algum tempo, mantido rendimento extremamente interessante na equipe do técnico Carlo Ancellotti. Movimentando-se muito dentro de campo, é peça chave para desarmar a defesa adversária, seja abrindo espaço para as subidas de Ashley Cole, acionando Anelka no comando de ataque, ou mesmo, buscando o gol em jogadas individuais. Excelente fase do jogador que pode não apenas ser fundamental para o Chelsea (aliás, já é), como também no processo de reconstrução da seleção francesa.

Blues em bloco: na defesa, absolutamente todos os jogadores atrás da linha da bola. No ataque, no mínimo cinco atletas tentando quebrar o sistema defensivo adversário. Assim joga o Chelsea de Carlo Ancellotti, abusando do football association tanto na defesa quanto no ataque. Passa por aqui a consistência apresentada em 2009/10, e que promete também ser a tônica da atual temporada.

Pontos negativos

Frestas na intermediária: dado o elogio feito acima, seria, no mínimo, contraditório, apontar buracos na defesa dos blues. E eles, de fato, não aconteceram. O que houve foram pequenas "frestas", sobretudo no setor direito da intermediária defensiva, região ocupada por Essien. Por ali, finalizaram a gol Benoit Cheyrou, Mathieu Valbuena e Edouard Cisse. Contra uma equipe mais qualificada, o Chelsea poderia encontrar problemas.

Ramires: não, desta vez o camisa 7 não fez uma partida desastrosa, como a do último sábado, contra o Manchester City. Entretanto, fica nítido que Ramires ressente-se da confiança dos tempos de Cruzeiro e Benfica. Ainda que não se esconda do jogo, erra passes simples, e parece não se adaptar perfeitamente à função designada por Carlo Ancellotti. Qualidade, ele tem, mas ainda não parece suficientemente à vontade no Chelsea para demonstrá-la.

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