Por Antonio Rodrigues Neto
Semana passada escrevi sobre o ressurgimento do futebol uruguaio. Hoje, diante daquela festa que vimos no Rio de Janeiro ontem, é impossível não falar do renascimento do Vasco da Gama.
Assim como o futebol uruguaio, o Vasco vem ressurgindo aos poucos nos últimos anos. No entanto a situação do clube era tão ruim, mas tão ruim que esse ressurgimento saia do nada para o pouco.
O Gigante da Colina, por exemplo, disputou duas finais de turno do estadual nos últimos dois anos. Alguns dirão que o clube não fez mais do que a sua obrigação. Sim, é absolutamente verdade. Porem a situação do clube era tão dramática que o Vasco sequer conseguia fazer a sua obrigação como time grande que é. A ultima final de turno que ele havia disputado antes de 2010 foi no longínquo ano de 2004.
E as coisas iam mal não apenas dentro de campo como também fora dele. O Vasco passou anos com suas receitas estagnadas e ainda pior, aumentando suas dívidas.
Ou seja, o clube continuava arrecadando o mesmo valor anualmente enquanto suas dívidas aumentavam mensalmente.
O caos administrativo e esportivo culminou com o rebaixamento do clube em 2008, já sob o comando de Roberto Dinamite, que pecando pela inexperiência e pela ineficiência de uma parte da sua diretoria, não conseguiu evitar o pior.
No inicio de 2009, com apenas oito jogadores sob contrato e em situação financeira desesperadora, só restava ao clube recomeçar do zero, sem direito de errar.
É claro que o clube cometeu vários deslizes de 2009 para cá, mas entre os acertos imprescindível apontar a “continuidade da filosofia de trabalho”, para usar uma expressão que os dirigentes adoram utilizar.
O objetivo do clube era claro: se recuperar um passo de cada vez. Melhorar a qualidade da equipe anualmente. Aumentar as receitas gradativamente, não contrair novas dívidas, etc, etc.
Sim, novamente parece apenas a obrigação de uma equipe do tamanho do Vasco, mas como eu disse antes, o Vasco sequer cumpria com suas obrigações.
Mas faltava que essa recuperação gradativa desse resultado dentro de campo. Não adiantava, por exemplo, ter o elenco mais qualificado dos últimos anos e não melhorar consideravelmente seus resultados.
Com o título da Copa do Brasil mais um passo foi dado em direção a um futuro melhor. Se a equipe carioca continuar dando um passo de cada vez, tem tudo para definitivamente deixar para trás a triste década passada que teve.
Notas de Rodapé:
- Sobre o jogo em si, o Vasco nitidamente sentiu o peso dos anos de jejum. Quanto mais a equipe ficava perto do título, mais parecia perder o controle dos nervos. Por exemplo: depois de abrir o placar no início do segundo tempo, o Vasco ao invés de relaxar e explorar o nervosismo do Coritiba passou a se desfazer da bola oferecendo gratuitamente ataques para o time adversário. O Vasco atordoava seu adversário e depois fugia dando-lhe a oportunidade de se recuperar. Felizmente para a equipe carioca, o Coritiba parecia apenas ter forças para chegar perto do seu objetivo, mas nunca para alcançá-lo.
- Necessário também ressaltar o trabalho realizado por Ricardo Gomes. O treinador pegou um time em frangalhos e o levou a decisão da Taça Rio e ao título da Copa do Brasil. Sereno e discreto, Ricardo Gomes conquistou os jogadores e a diretoria quase que imediatamente, unindo todos em torno de um objetivo em comum. É apenas o começo da trajetória dele no Vasco, mas já é um começo que entrou para a história do clube.
- A seleção brasileira fez mais duas partidas lastimáveis. Mano Menezes não tem uma geração excepcional em mãos, mas nada justifica o paupérrimo futebol apresentado em quase todos os jogos desde que o treinador chegou ao comando da seleção. Também nada justifica o treinador ter assumido com um discurso de renovação para logo em seguida voltar a convocar jogadores experientes.
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Belo texto, ''menino''! rs.
ResponderExcluirVenho aqui responder seu comentário na minha coluna no Blog da Colina.
Quando o Gigante caiu, os anões riram. Quando ele se levantou, a terra tremeu.
Gigantes dormem e acordam, anões não crescem.
Isso é VASCO!
Tremei, solo das américas! O CAMPEÃO VOLTOU!
VASCO! VASCO! VASCO!
Grande abraço,
Pedro Maranhão.