Análise: Flamengo

Por Hudson Martins

Jogo: Flamengo 1 (3) x (1) 1 Botafogo
Engenhão, Rio de Janeiro
Campeonato Carioca - Taça Guanabara - Semi-Finais - 20/02/2011

Flamengo e Boavista farão a Final da Taça Guanabara 2011. Após eliminar o Fluminense na primeira semi-final, a equipe do técnico Alfredo Sampaio assistiu de camarote à definição do seu adversário, e viu um clássico muito disputado, com grande atuação - no tempo normal - do goleiro Jéferson, em partida empatada por 1 x 1, gols de Ronaldo Angelim e Loco Abreu. Nos pênaltis, Felipe cresceu, e garantiu a classificação rubro-negra fazendo duas defesas na série vencida por 3 x 1.


À esquerda, o Flamengo do primeiro tempo. Léo Moura e Renato subiram menos do que o esperado, sobrecarregando Thiago Neves (que centralizava o jogo, em busca de espaço para finalizar), e Ronaldinho (se movimentando pela esquerda). Deivid não ficava fixo; se mexia tentando confundir a defesa do Botafogo. Na segunda etapa, Negueba colocou fogo na partida, aberto pela direita e entrando em diagonal sempre que possível; Diego Mauricio também buscava a diagonal, só que pelo lado esquerdo, enquanto que os já desgastados Thiago Neves e Ronaldinho jogavam pelo centro, com o camisa 10 mais adiantado, em função exercida várias vezes nos tempos de Barcelona. 
Leitura Tática

Com a posse de bola, o Flamengo alternava qualidades interessantes com algumas limitações ofensivas. Destaques positivos para Fernando, cujas esporádicas projeções ao ataque levaram perigo (uma, em especial, que quase resultou no segundo gol rubro-negro, em cabeçada de Thiago Neves) e Ronaldinho, que mesmo não sendo espetacular, movimentava-se bem, e deixava os companheiros em belas condições de jogo. Sob o aspecto negativo, vale destacar o pouco apoio dos alas Leonardo Moura e Renato Abreu, em função da preocupação defensiva de ambos com os jogadores que poderiam lhes incomodar em hipotéticos contra-ataques; respectivamente, Márcio Azevedo e Alessandro.

Em função do pouco auxílio dos alas, o Flamengo tinha dificuldades para conter a posse de bola no setor ofensivo, já que Ronaldinho e Thiago Neves eram bem marcados por Rodrigo Mancha e Somália, respectivamente. Assim sendo, era muito importante que Deivid se movimentasse, buscasse o jogo fora da área, e abrisse eventuais espaços para os jogadores que vinham de trás, característica importante que o camisa 9 vinha encontrando muitas dificuldades para cumprir recentemente. Neste domingo, Deivid fez a função supracitada de maneira relativamente interessante, e mostrou que pode evoluir neste aspecto com o passar do tempo.

No segundo tempo, o grande trunfo de Vanderlei Luxemburgo foi lançar mão de Negueba, num momento bastante instável do Flamengo na partida. Com a entrada do novato na vaga de Deivid, Ronaldinho passou a atuar mais centralizado, com Thiago Neves pela esquerda, e Negueba pela direita. O camisa 19 infernizou Arévalo Rios, e participou de uma série de boas situações por aquele setor, dando fôlego ao ataque rubro-negro. Por muito pouco, o próprio Negueba não fez o gol que eliminaria a necessidade de pênaltis, em finalização defendida por Jéferson.

Sem a posse de bola, o Flamengo soube conter o ataque adversário na primeira etapa. Com as duas linhas defensivas bem postadas, a equipe de Vanderlei Luxemburgo evitava tanto os ataques pelos lados, com Alessandro e Marcio Azevedo (embora este tenha aparecido bem em pelo menos duas oportunidades), quanto as investidas pelo centro, com Renato Cajá, que recebeu atenção especial de Willians. Herrera e Loco Abreu se viam espremidos entre as linhas defensivas, e não conseguiram fazer qualquer tipo de jogada mais aguda.

No segundo tempo, o Flamengo teve mais dificuldade para conter o setor ofensivo do Botafogo, em função da alteração feita por Joel Santana no intervalo (Éverton na vaga de Márcio Azevedo), e consequente mudança de postura do alvinegro. Éverton entrou bem na partida e, em conjunto com os alas Alessandro e Somália, além de Renato Cajá, passou a empurrar o Flamengo para o seu próprio campo, em postura que mudaria apenas após a entrada de Negueba. No lance do gol de empate alvinegro, destaque para a liberdade de Alessandro no passe para Loco Abreu, e a falha de David Bráz, que, sendo o zagueiro da sobra, deveria se comportar como tal, ao invés de forçar uma linha de impedimento que não se sucedeu.

Balanço Tático

O Flamengo chega à Final da Taça Guanabara com todos os méritos. Fez campanha bastante consistente na primeira fase, e fez partida duríssima contra o Botafogo neste domingo. Entretanto, há fatores a serem observados para que o rendimento da equipe cresça. Um deles é a insistência de mais uma equipe adversária em lançar jogadores às costas de Léo Moura, o que faz com que suas investidas ao ataque sejam diminuídas (e esse é o ponto). A solução pode ser a efetivação de um 4-2-3-1, com Negueba jogando como meia aberto pela direita. No atual 3-4-2-1, o Flamengo ocupa muito bem os espaços defensivos, mas tem problemas para chegar ao ataque com força, já que Thiago Neves e Ronaldinho são sobrecarregados no setor de criação, e Deivid mostra crescimento bastante paulatino. Com maior equilíbrio entre os setores defesnivo e ofensivo, a tendência é que o Flamengo tenha seu rendimento potencializado, e consiga explorar os dois excelentes jogadores que tem no seu setor de meio-campo.

Um comentário:

  1. Show não!!! A Molambada não pode ganhar...e só ganham roubando...

    First!

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