Análise: Borussia Dortmund

Por Hudson Martins

Borussia Dortmund 3 x 1 Hamburgo
Signal Iduna Park, Dortmund
Campeonato Alemão - 1ª Rodada - 05/08/2011

Após um título histórico na temporada 2010/11, o Borussia Dortmund estreou na Bundesliga com a responsabilidade de pavimentar um caminho igualmente vitorioso, ainda que já seja possível aventar um intenso duelo com o Bayern de Munique pela Salva de Prata. Se a partida contra o Hamburgo for um parâmetro do que está por vir, as expectativas do torcedor de Dortmund podem ser as melhores possíveis já que, numa belíssima atuação, a equipe da casa venceu por 3 x 1, gols de Kevin Grosskreutz (2) e Mario Götze, e largou muito bem rumo ao bicampeonato alemão.


Taticamente, viu-se o Dortmund num 4-2-3-1, com intensa movimentação do trio de meias, sempre ajudados por Ilkay Gündogan, peça nova na equipe de Jurgen Klopp após a transferência de Nuri Sahin para o Real Madrid. Gündogan, recém-convocado para a seleção alemã, assumiu papel importante no meio-campo, indo ao encontro dos meias para auxiliar na criação de jogadas. Se Grosskreutz mantinha seu posicionamento pela esquerda, contando com as subidas de Chris Löwe, o mesmo não pode ser dito de Götze e Shinji Kagawa, estes se mexendo por todo o campo, e abrindo diversos espaços na defesa adversária.


À esquerda, a intensa movimentação ofensiva do Borussia Dortmund no primeiro tempo, com o quinteto ofensivo em destaque. Do lado direito, a equipe que jogou parte da etapa final - já sem Löwe e Götze - com postura mais recatada após abrir 3 x 0.

Defensivamente, foi fundamental a marcação sob pressão no campo de defesa do Hamburgo. Na saída de bola do adversário, sempre havia um jogador do Dortmund forçando o erro do oponente; aqui, destaque outra vez para o trio de meias, que ao lado de Robert Lewandowski foi muito eficiente na marcação supracitada. Quando o Hamburgo conseguia passar da linha média do campo, a equipe da casa se retraía com 10 jogadores atrás da linha da bola, mantendo apenas Lewandowski mais adiantado, já numa tentativa de conferir profundidade à eventuais contra-ataques. Também é importante citar a boa atuação de Sven Bender, volante mais preso ao setor defensivo, e responsável por inúmeros desarmes nas transições do oponente. Felipe Santana e Mats Hummels também demonstraram segurança, ainda que o brasileiro seja lento e erre passes em demasia.

Leitura Técnica

- Não há como não destacar a qualidade técnica dos atuais campeões alemães, sobretudo de Kagawa e Götze. O japonês cumpre importante papel na construção das jogadas ofensivas, com dribles e passes espetaculares, enquanto o alemão, igualmente técnico e veloz, surpreende o adversário nas penetrações pela diagonal, assim como fez no segundo gol - contando com auxílio valioso de Lewandowski. Além disso, um detalhe fundamental é o posicionamento da equipe nas bolas paradas ofensivas: nos escanteios, são 5 jogadores na área (Hummels e Felipe Santana se sobressaem devido à altura), e 3 outros no rebote, conferindo à equipe de Jurgen Klopp enormes possibilidades de ter outra chance de gol numa eventual rebatida da zaga adversária. Aos 3 minutos do segundo tempo, o escanteio é rechaçado pela defesa do Hamburgo, mas Kagawa pega o rebote que possibilita a criação da jogada do último gol dos anfitriões.


Götze e Kagawa comemoram gol, em cena que deve se repetir inúmeras vezes em 2011/12.

- Embora o desempenho na estreia tenha sido bastante satisfatório, é válido ressaltar que há desfalques no Borussia Dortmund. Neven Subotic, Marcel Schmelzer e Lucas Barrios são, teoricamente, titulares nas vagas de Felipe Santana, Löwe e Lewandowski, respectivamente. As entradas dos três conferem maior segurança defensiva, mais apoio pelo lado esquerdo do campo, e maior poder de fogo ao ataque do BVB.

- As estatísticas do espndeportes.com são contundentes: 61% de posse de bola do Dortmund, 16 finalizações (o dobro do adversário), e apenas 12 faltas cometidas (50% a menos do que o Hamburgo). Ofensivamente, o rendimento é fruto de uma equipe talentosa e de intensa movimentação. No setor defensivo, a compactação resultante de grande disciplina tática faz com que seja desnecessário apelar para faltas.

- Da equipe que esteve em campo contra o Hamburgo, apenas uma ressalva: a transição defesa/ataque perde qualidade quando Felipe Santana e Hummels tentam ligações diretas. Assim sendo, cresce a importância da participação dos jogadores de meio-campo não apenas ao chamar para si o jogo na saída de bola, como também na abertura de espaços no setor ofensivo.

3 comentários:

  1. será que gotze,gundogan ou grosskreutz vão ter chance de ser titular no fortissimo meio de campo da seleção alemã que enfrenta brasil que ja conta com reus,müller,kroos,podolski​,Schweinsteiger,rolfes e schürle?

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  2. Vi o jogo de sexta e achei simplesmente fantástica a atuação do Borussia até a metade do segundo tempo, quando começaram a administrar o resultado. A velocidade com que eles trabalham a bola, principalmente com Götze e Kagawa, é fabulosa. Uma equipe entrosadíssima que ainda vai ter o reforço de Barrios e Schmelzer.
    Gostei muito também do Gündogan, apesar de ter feito uma partida mais comedida que as que ele faz na pré-temporada, principalmente na final da Supercopa da Alemanha.
    O Borussia tem tudo pra dar muito trabalho na Champions, talvez até mais do que o Tottenham deu na temporada passada.

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  3. Ganharemos esse ano de novo a bundesliga

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