Análise: Internazionale

Por Hudson Martins

Jogo: Twente 2 x 2 Internazionale
FC Twente Stadion, Enschede
UEFA Champions League - 1ª Rodada - Fase de Grupos - 14/09/2010

A Internazionale iniciou a campanha de defesa do título da UEFA Champions League nesta terça-feira, contra o Twente, na Holanda. Ainda que as mudanças no elenco tenham sido irrisórias, a grande curiosidade fica por conta da mudança do comando técnico: a saída de José Mourinho abriu espaço para a chegada de Rafael Benítez, que, ao contrário do ex-técnico neroazzurri, vem de pífia temporada pelo Liverpool, sendo eliminado ainda na fase de grupos da última UCL, além de não conseguir classificar os Reds para a maior competição continental através do Campeonato Inglês.

Contra o Twente, Rafa Benitez viu sua equipe ser pressionada em diversos momentos do primeiro tempo, sobretudo através das belas jogadas do bom costarriquenho Bryan Ruiz. A movimentação de Ruiz era a chave para a força ofensiva do Twente, que ainda marcava fortemente a saída de bola da Internazionale, impedindo que a transição defesa/ataque fosse eficaz. Nas poucas vezes em que tiveram espaço, os jogadores de ataque da Inter decidiram: primeiro Wesley Sneijder - após bela jogada de Diego Milito - depois Samuel Eto'o, em chute certeiro de fora da área. Antes que Eto'o marcasse, o Twente já havia balançado as redes de Júlio César duas vezes, com Theo Janssen e Diego Milito, contra. Os 45 minutos iniciais (que precederam um fraco segundo tempo) foram suficientes para decretar o resultado final da partida.



Na configuração à esquerda, a Internazionale que iniciou o jogo, com os avanços (hoje, improdutivos) de Maicon pela direita, e as investidas em diagonal de Eto'o - ambas as jogadas remanescentes da temporada passada. A novidade foi Macdonald Mariga, que auxiliava Esteban Cambiasso na marcação, mas não apresentou qualidade para se apresentar ao ataque. Assim sendo, por diversas vezes, Sneijder foi obrigado a voltar para buscar o jogo, dificultando as ações do setor de criação da equipe de Rafa Benítez. À direita, a formação que encerrou o jogo, com Muntari (que esteve por pouco tempo em campo) pela esquerda, Eto'o centralizado, e Philipe Coutinho pela direita, movimentando-se em diagonal, e qualificando o setor que pouco produziu no primeiro tempo com Pandev.

Pontos positivos

Qualidade individual: que há qualidade de sobra na Internazionale, isso não é novidade. Entretanto, é em jogos como o desta terça-feira que isto fica evidente. Se coletivamente, o setor ofensivo não conseguiu envolver a defesa adversária, bons lances individuais de Milito (que jogou mal, mas foi importante no gol de Sneijder) e Eto'o fizeram a diferença a favor da Inter.

Philipe Coutinho: ainda em processo de adaptação ao futebol europeu, Coutinho fez mais um bom jogo pela Internazionale. Aberto pelo lado direito do campo, o garoto mostrou a mesma personalidade demonstrada nas seleções de base e no Vasco para melhorar o rendimento ofensivo da Inter. Poucos erros de passes, boa movimentação, e a esperança de crescimento de um dos jogadores mais talentosos já revelados pelas recentes safras do futebol brasileiro.

Pontos negativos:

Volantes estáticos: para o sucesso de um bom 4-2-3-1, é muito importante que haja a aproximação de pelo menos um dos volantes, confundindo a marcação adversária e criando opções para os outros jogadores de ataque. Cambiasso ainda tentou algumas subidas, mesmo que não seja o ideal; já Mariga, nem isso. Com a volta de Dejan Stankovic, o rendimento ofensivo da Internzaionale tende a ser bem maior.

Diego Milito: ainda que seja um excelente centroavante, de qualidade inquestionável, teve péssima atuação. Fez bela jogada no lance do primeiro gol interista, mas, daí em diante, colecionou uma série de erros de passes, jogadas pouco produtivas, uma consequente afobação em função do mau desempenho e um gol contra. Partida muito fraca do camisa 22.

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