Análise: Bayern de Munique

Jogo: Hamburgo 0 x 0 Bayern de Munique
Imtech Arena, Hamburgo
Campeonato Alemão - 9ª Rodada - 22/10/2010

A Bundesliga 2010/11 não começa nada bem para o atual campeão, Bayern de Munique. De 27 pontos disputados, os bávaros conquistaram apenas 12. Ainda que tenham a segunda melhor defesa do certame, não podem se vangloriar muito, pois são os donos do pior ataque do campeonato (ao lado do Colônia). Contra o Hamburgo, fora de casa, um time instável, excessivamente centrado na defesa, e com problemas ofensivos evidentes. O empate por 0 x 0 deixa a equipe na nona colocação, e ajuda a entender os motivos que fazem com que o Bayern renda abaixo do esperado neste início de temporada alemã.



O 4-2-3-1 também está na pauta do repertório tático de Louis van Gaal, assim como de vários professores mundo afora. À esquerda, a formação do primeiro tempo, com Anatoliy Tymoshchuk ocupando (e muito bem) a vaga de Martin Demichelis na zaga, Bastian Schweinsteiger saindo para o jogo (em função similar àquela feita pelo próprio na Copa do Mundo há 4 meses), e Thomas Müller aberto pela esquerda, e entrando em diagonal - sempre com muito perigo. A péssima atuação de Toni Kroos, aliada aos cuidados defensivos de Hamit Altintop (que faziam com que este recuasse em demasia), desequilibrava o setor ofensivo do Bayern. Além disso, era nítida a intenção da equipe em se resguardar defensivamente para sair em contra-ataque, explorando os bons passes de Schweinsteiger, e a velocidade de Müller e Altintop. A procupação ficava por conta da saída de bola qualificada, e da movimentação de Zé Roberto, que incomodava o lado direito de defesa do Bayern. O panorama manteve-se o mesmo na segunda etapa, com o Bayern se defendendo de maneira sólida, evitando as investidas do Hamburgo; no ataque, destaque para Philip Lahm, que apareceu mais intensamente do que na etapa inicial.

Pontos positivos

Proposta cumprida: há margem para críticas ao sistema de jogo adotado pelo Bayern em Hamburgo. O posicionamento excessivamente defensivo não é dos mais agradáveis de se ver. Entretanto, deve-se elogiar a maneira como a proposta em questão foi executada: povoamento do campo defensivo, evitando o ataque adversário e preparando o bote para eventuais saídas em velocidade. Houve falhas, é bem verdade, mas o intuito de não ser vazado foi cumprido, fazendo com que a ideia de van Gaal virasse, de fato, algo concreto.

Müller: contra o Hamburgo, o meia-atacante não foi espetacular. Ainda assim, é nítido que, neste desfalcado Bayern, é ele quem destoa, fazendo jogadas insinuantes, sempre em direção ao gol. Após a excelente Copa do Mundo, a impressão é de que o nível apresentado naquela oportunidade mantém-se semelhante ao atual, o que faz com que seja possível acreditar que Müller tem todas as condições para se consolidar como um grande jogador de futebol. Jogador este que saiu do absoluto anonimato há cerca de apenas 1 ano, é bom lembrar...

Pontos negativos

Gangorra técnica: se Müller e Schweinsteiger vão bem, Kroos e, principalmente, Mario Gomez, não vem em boa forma. Na partida desta sexta, o meia apareceu pouquíssimas vezes em campo, ao passo que o atacante colecionou uma série de caneladas na Torfabrik. Com o mau rendimento de ambos, o jogo pela faixa central de ataque do Bayern cai de produção, e é Müller quem é reincidentemente chamado a resolver os problemas ofensivos. Sobrecarga para o camisa 25, e decepção para o torcedor bávaro, que vê uma de suas maiores promessas da base, e a contratação mais cara da história do futebol alemão não renderem o esperado.

Desfalques e mais desfalques: Daniel Van Buyten, Mark Van Bommel, Arjen Robben, Frank Ribèry e Miroslav Klose. Duas coincidências entre o 5: todos são titulares da equipe da Baviera, e todos estão lesionados. Destaque para o trio ofensivo, que faz evidente falta para o Bayern. Com a volta dos três, a equipe de Munique ganha não apenas sob o aspecto técnico, como também em movimentação, sobretudo em função de Ribèry e Robben. Até lá, cabe a van Gaal encontrar soluções que possam resolver o déficit ofensivo dos bávaros: até agora, na Bundesliga, a média é de apenas 0,88 gol/jogo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário